Texto Daniel Faria
REFLEXÕES
Na última quarta-feira estava fazendo minha caminhada como de costume. Em uma das voltas passei por três crianças que conversavam no playground. Enquanto balançavam o garoto mais velho [aproximadamente 7 anos] dizia para os outros dois [um menino de uns 6 anos e uma menina beirando os 5 ou 6].
- Eu não como (0) de menino, só de menina!
Simplesmente olhei pra eles e fiz aquela cara de Ham?
Continuei caminhando...
Na outra parte da pista uns garotos tiravam um racha no gramado e dois pirralhos [6 anos no máximo] assistiam de pé sobre um dos bancos a disputa pela posse da bola entre as duas equipes. Quando passava por um deles ele gritou:
- Oh! Seu fedaputaaaaaaaaa, cuzãoooo chuta essa bola caralhoooooooooooo!!!
Ham?
- Eu não como (0) de menino, só de menina!
Simplesmente olhei pra eles e fiz aquela cara de Ham?
Continuei caminhando...
Na outra parte da pista uns garotos tiravam um racha no gramado e dois pirralhos [6 anos no máximo] assistiam de pé sobre um dos bancos a disputa pela posse da bola entre as duas equipes. Quando passava por um deles ele gritou:
- Oh! Seu fedaputaaaaaaaaa, cuzãoooo chuta essa bola caralhoooooooooooo!!!
Ham?
PS. Será que estou ficando velho, ou os pais estão perdendo a cada segundo a noção do que é educação? Não estou querendo ser careta até porque futebol e palavrões caminham juntos. Mas uma criança que berra um xingamento com o mesmo prazer que masca um chiclete reflete pura e simplesmente o ambiente em que é criada e transmite para as outras crianças a sua cultura, o que é pior.
Nesse caso nem há uma troca construtiva de informações e sim a manutenção de hábitos e a perpetuação de rótulos clássicos como o do machista e o da mulher submissa. Em resumo, uma cultura de pobreza que alimenta a violência contra as mulheres e as próprias crianças.
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